terça-feira, 28 de abril de 2015

O dia em que eu morri ou O Mito do Caixão

 Era de manhã, numa grande cidade . Um rapaz sem-abrigo, acordara na sua caixa de cartão como habitualmente. Como não tinha dinheiro para o pequeno-almoço, começou a pedir dinheiro. Até que conseguiu o dinheiro para o pequeno-almoço de uma só vez, porque uma menina insistiu para que a mãe lhe desse dinheiro, ele foi à pastelaria que ficava perto de onde ele tinha a caixa de papel e comprou uma sandes de torresmo e foi para o seu local de trabalho, comê-la. De repente, vê aquela rapariga outra vez, mas desta vez sem a sua mãe.
 A menina começa a atravessar a estrada, ele deixa cair a sua sandes e vai a correr atrás dela. Nessa mesma fração de segundo, ele ouve uma travagem e foi atropelado.
Depois ele perde a noção do tempo e ouve o som de uma sirene de ambulância. Sentia o peito a arder com os choques que lhe iam dando.
 Depois veio o silencio, era estranho. De seguida sentiu um pano que lhe cobria o corpo todo. Mais tarde, sentiu uma forte dor na perna, tentou por a mão na perna para aliviar a dor, mas não conseguiu, pois deu com a cabeça no teto de uma caixa e percebeu que estava dentro de um caixão, ele nem conseguia acreditar.
 Depois arranhou o tecido do caixão até o rasgar e sentir a madeira e arranhou mais ainda. Partiu as unhas e arrancou a pele dos dedos até que percebeu que era mesmo um caixão.
 Ele estava cheio de dores. Bateu com força no fundo, gritou e gritou ainda mais alto...
 E começou a faltar-lhe o oxigénio. Já não lhe doía nada, não conseguia gritar, parou de suar, sentiu um zumbido, os músculos relaxaram, a cabeça tombou para o lado, involuntariamente os olhos fecharam-se e ouviu de novo um silencio.
 Eterno silêncio.

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